Medicina

Só não ouve quem não quer

Existem hoje alternativas e soluções reais para as pessoas voltarem a escutar

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Seja uma perda leve de audição, uma moderada, uma severa ou até mesmo uma profunda, em todos esses casos há possibilidades de recuperar a verdadeira função do nosso ouvido: a de escutar. Isso é possível graças aos avanços da tecnologia em aparelhos auditivos digitais e implantes. “Para as perdas mais leves são recomendados os aparelhos auditivos. Já os pacientes com perdas de grau moderado ou severo, podem se beneficiar com o aparelho de amplificação sonora ou com as próteses cirurgicamente implantáveis. E nos casos de perda profunda, a audição é recuperada com o implante coclear”, explica Dr. Maurício Buschle, cirurgião otorrinolaringologista, chefe da equipe multidisciplinar de implante coclear do Hospital Iguaçu.

O chamado implante coclear é um dispositivo que estimula eletricamente as fibras nervosas remanescentes, permitindo a transmissão do sinal para o nervo auditivo, a fim de ser decodificado pelo córtex cerebral. “O aparelho, colocado no ouvido do paciente, capta o som ambiente, codifica em sinais elétricos e passa para os nervos auditivos, possibilitando a uma pessoa surda a capacidade de ouvir”, esclarece o especialista.

 

Abra o seu mundo

A dificuldade auditiva tem graves implicações na evolução de qualquer pessoa, limitando sua capacidade produtiva, dificultando o convívio social, induzindo ao isolamento e, inclusive, favorecendo patologias graves. Foi o que aconteceu com Felipe Zaramella Saad aos 15 anos. Portador de uma doença chamada miopatia mitocondrial, Felipe teve sua audição afetada, e em 60 dias, perdeu quase totalmente a capacidade de ouvir. “Minhas notas caíram, não podia mais jogar futebol, pois não escutava o apito do juiz, e aos poucos fui me isolando”.

No começo, o jovem usou aparelho auditivo no lado direito. Dez anos depois teve que colocar também no lado esquerdo. “Mesmo assim meu filho quase não ouvia. Em 2010, o médico falou que o caso dele poderia ser resolvido com o implante coclear”, revela a mãe Célia Regina Saad. “Não sabia como reagir, tinha medo de ter que parar com o jiu-jitsu, único esporte que não precisa muito da audição e uma das coisas que mais gosto. Mas quando o médico me explicou que eu poderia lutar tranquilamente depois do período de cicatrização, fiquei muito feliz”, conta Felipe.
Quanto mais cedo se faz o implante, mais cedo a área do cérebro responsável pela memória auditiva é estimulada. O aparelho é ligado um mês após o implante, tempo necessário para a cicatrização do ouvido e a integração do equipamento. “A adaptação dele está sendo muito boa. O médico disse que tudo o que ele escutou em um mês, era para ele escutar só depois de um ano”, diz a mãe orgulhosa.
“Antes minha vida era cheia de limitações. Já depois do implante é outra vida, posso escutar me chamarem e falar com as pessoas olhando nos olhos, sem fazer leitura labial”, comemora Felipe, que hoje, aos 30 anos, é formado em marketing, pós-graduado em administração e trabalha há oito anos no Instituto Curitiba de Informática (ICI).

 

Dois ouvidos funcionando

O Hospital Iguaçu é pioneiro no sul do Brasil a fazer o implante coclear nos dois ouvidos e utiliza a alta tecnologia dos dispositivos de marcas renomadas. É o caso do analista administrativo, Ricardo José Borges, de 45 anos, que dois anos depois de fazer o implante no lado esquerdo, se prepara para fazer no direito. “Comecei a perder a audição aos 22 anos, devido a uma doença mal cuidada na infância que danificou o nervo auditivo. Primeiro usei o aparelho auditivo do lado direito e quando menos esperava estava usando nos dois lados. Em 2009, já estava com perda profunda e a única solução era o implante coclear”, conta o analista. Hoje, ele participa de palestras, ouve músicas e cresceu profissionalmente. “Poder ouvir o passarinho cantando, o barulho da cachoeira, é uma sensação maravilhosa”, afirma Ricardo.

 

Conheça outros tratamentos para os Distúrbios auditivos:

Aparelho auditivo Ancorado no Osso
Dispositivo auditivo ancorado no osso para casos em que a função do ouvido médio está bloqueada ou danificada, pois ultrapassa completamente o ouvido médio. O som é enviado ao redor da area problemática, estimulando naturalmente a cóclea através da condução óssea.
Implante de Ouvido Médio
Prótese auditiva cirurgicamente implantável, composta por uma parte externa, chamada “processador de áudio digital”, e outra interna, implantada em um ossículo, que transmite o sinal chamado prótese ossicular vibratória (VORP). O funcionamento do dispositivo baseia-se na transmissão do som pelo processador de áudio para o receptor interno no VORP.
Cirurgias
Em pacientes que perderam parte da capacidade de transmissão mecânica do som: em casos de destruição do tímpano será feito um tímpano novo e se o resto estiver tudo normal, a audição volta a funcionar perfeitamente. Casos em que foram lesionados o martelo, a bigorna ou o estribo também são possíveis de se fazer a reconstrução com próteses de titâneo.
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