Avanços da Medicina

Pela saúde do sono

Você sabia que existem mais de 100 distúrbios que estão relacionados ao nosso sono?

Deitar a cabeça no travesseiro e dormir bem a noite inteira é um privilégio de poucos. Segundo a Associação Brasileira do Sono, quase metade dos brasileiros possui algum problema ou dificuldade para dormir. Em números mundiais, cerca de um terço da população tem um distúrbio relacionado ao sono.

Com uma jornada de trabalho exaustiva e que nem sempre termina quando se chega em casa, esses problemas estão cada vez mais comuns e vão muito além de perder apenas uma boa noite de sono. Para algumas pessoas, até um problema relativamente moderado pode ser bastante complicado e outros graves podem ter consequências extremas.

O sono é um estado ordinário de consciência, em que há repouso normal e periódico, e é necessário tanto para os seres humanos quanto para os animais. Dormir se caracteriza pela suspensão temporária da atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária. Dormimos para recuperarmos o organismo depois de um dia inteiro de vigília.

Dormir bem é tão importante para conservar a saúde quanto ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos regularmente. É o que faz você ter disposição para encarar o dia seguinte.

 

Como descobrir os distúrbios relacionados o sono?

Para detectar muitos dos distúrbios relacionados ao sono, é preciso realizar um exame de polissonografia, um dos principais e mais completos nessa área. A médica neurofisiologista Dra. Olga Judith Hernandéz Fustes, explica que com um acompanhamento médico especializado e com o procedimento, o paciente pode reconhecer vários problemas do sono, como ronco e apneia. Além disso, é muito útil em caso de sonambulismo, terror noturno, ranger dos dentes (bruxismo), fibromialgia, entre outros.

O exame consiste em um escaneamento completo da atividade cerebral enquanto o paciente dorme fixado com alguns eletrodos. Todo o exame é filmado e também é feito o registro da respiração e do ritmo cardíaco da pessoa. Não é necessária nenhuma preparação diferenciada antes do procedimento. “Apenas pedimos ao paciente que não beba muita água antes de dormir e não faça uso de bebida estimulante”, informa Dra. Olga. Caso o paciente utilize algum medicamento habitual, ele não precisa suspender o uso.

Também não há contra indicações. “O paciente chega à clínica para pernoitar no horário em que ele normalmente dorme, e permanece aqui de 7 a 9 horas. Não há limite de idade e qualquer um que sofra de algum distúrbio do sono pode fazer o exame tranquilamente”, informa a doutora.

Foi o que aconteceu com a professora Mirella Belotti. O exame de polissonografia ajudou a identificar o seu problema, que era os microdespertares noturnos. “Eu fiz o exame porque acordava muito cansada. Estava sempre estressada, irritada e com sono o dia todo. A partir daí, descobri que o meu problema era que eu não alcançava a fase do sono profundo”, conta a professora, que afirma que o tratamento foi tranquilo. “Não precisei fazer uso de muita medicação, e com o tempo meu sono se estabilizou. Hoje durmo muito melhor e acordo descansada”, comemora.

Outro que teve a vida transformada foi o representante farmacêutico comercial, Luiz Fernando Marins. A polissonografia ajudou a identificar a apneia obstrutiva que o atormentava todas as noites. “O exame mostrou que eu acordava 35 vezes por hora, e a pausa mais longa que eu sofri foi de 60 segundos. Para o tratamento, estou usando o CPAP. Agora não sinto mais aquele cansaço o dia todo, durmo bem e acordo disposto todos os dias”, relata o representante. O CPAP é a principal arma no tratamento da apneia obstrutiva do sono. Semelhante a um compressor de ar, fornece de maneira contínua fluxo de ar para o paciente.

A médica neurofisiologista, Dra. Olga, diz que o importante para a saúde é recuperar a qualidade do sono. “A polissonografia é um exame seguro e garante um mapeamento completo de toda a atividade noturna. Devemos sempre dormir bem e, assim, descansar o nosso organismo para as atividades do próximo dia”, conclui a doutora.

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