Bem Estar

Equilibrio para a felicidade

Nunca é tarde para deixar os medos para trás, perseguir nossos sonhos e conquistar uma vida mais plena

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Você é feliz?

A pergunta parece simples, mas a resposta nem sempre está na ponta da língua. Muita gente, não se sente feliz, mesmo com dinheiro, saúde e uma família bem estruturada; parece que falta alguma coisa. E por outro lado encontramos pessoas que mesmo cercadas de problemas, tristezas e dificuldades, estão sempre com um sorriso estampado no rosto.

Os desafios não são fáceis, e as variáveis são imensas. Sofremos pressões todos os dias, e precisamos fazer escolhas, e tomar decisões não importando o tamanho delas. Seja na infância, adolecênsia, na fase jovem ou madura de nossas vidas, nós muitas vezes aprendemos a fazer concessões, por aquilo que é mais fácil, menos difícil, ou simplesmente pela “felicidade” de outra pessoa. “O problema é estas decisões, e concessões comprometem e afetam todo nosso futuro, e algumas de forma permanente“, declara a psicóloga Janice Ornieski de Souza, que atende em seu consultório os mais variados tipos de pessoas, que buscam resgatar o caminho que perderam para a felicidade.

“O grande problema destas consequências, é que as pessoas passam a reduzir seus bons momentos, e a ter uma  viva mais tensa, angustiada, ansiosa e infeliz. E quando estes fatores se tornam constantes e não são tratados, é  que desenvolvemos uma série de doenças, de fundo emocional, psicossomáticas, ligadas a grande estresse.” revela a psicóloga.

Os consultórios médicos, psiquiátricos, psicológicos e até as clínicas de fisioterapia, estão repletos destas doenças da vida moderna. Obesidade, depressão, hipertensão, insônia, alergias, problemas de pele, queda de cabelo, baixa imunidade e muitos problemas gástricos são os campeões. “Estas doenças são sinais de alerta, porém continuamos a tratar as consequências, e não as causas dos problemas. Está na hora de mudar”, revela Dra. Janice.

Segundo a especialista a felicidade é essencial, porém não existe uma formula para “ser feliz”, ou um caminho para o “arco-íris”.

E qual o caminho para a mudança? “O importante é ir atrás do que se deseja, não se deixar ficar infeliz por uma situação por muito tempo e, se preciso procurar ajuda”, enfatiza.  Janice explica que a primeira coisa a fazer é avaliar a própria vida com sinceridade e equilíbrio. Perceber a realidade ao redor é o primeiro passo para entender o que há de errado e ir atrás das mudanças que poderão nos fazer mais felizes.

 

Caminho

Foi exatamente assim que aconteceu na vida do renomado pintor Luis de Souza, de 38 anos.“Nasci numa cidade pequena, com poucas opções de carreira; artista plástico, então, era uma opção que eu nem sabia que existia”, conta ele. Mesmo sem exemplos ao redor, sempre teve um fascínio pela imagem, pela cor: os mosaicos da igreja, as figuras dos livros e revistas e as ilustrações nos cartazes e caminhões do circo encantavam o menino, que desde sempre amou o desenho. “Desenhava o tempo todo, mas quando tive que escolher um curso superior, fiz contabilidade. Nada a ver, né?”, ri.

A carreira profissional das pessoas é um dos maiores exemplos de se buscar a felicidade, fazendo o que gosta, ou a frustação  pelo que se é obrigado a executar.Isso é muito comum quando se trata de profissão. Passamos a maior parte de nossas vidas trabalhando, e o que fazemos no trabalho muitas vezes caracteriza toda a nossa vida; é possível ser feliz fazendo algo que não gostamos? Para o artista plástico, com certeza não. Ele teve que percorrer um bom caminho até perceber qual era de verdade a sua vocação.

Frustrações e desejos não realizados costumam ser cargas pesadas para se carregar. Quem tinha um sonho e não pode nem ao menos tentar realizá-lo dificilmente será feliz, pois sempre pensará no que poderia ter sido. Por mais plena que seja a vida, sempre haverá aquela mancha.

Luis conta que na hora, o que pareceu tristeza acabou se revelando a grande sorte de sua vida: a empresa em que ele trabalhava reduziu o quadro de funcionários e ele foi demitido. Então, ele mudou-se para outra cidade, onde um tio já tinha outro emprego de contador para ele. “Logo após a entrevista,  fui passear na cidade, e passei por um barracão onde um rapaz sofria para fazer uma ampliação de um desenho, para um outdoor. Não resisti: entrei e me ofereci para ajudá-lo. Cinco minutos depois, e com o pincel na mão, já estava contratado.”

 

Parte do todo

“Se um aspecto da vida vai mal, é comum que essa infelicidade afete todos os outros campos”, explica a psicóloga Janice Ornieski. “Se o trabalho vai mal, se fazemos uma coisa de que não gostamos, colocamos essa carga negativa nos relacionamentos, na família, em tudo”, exemplifica. “Por outro lado, assim que começamos a apresentar resultados bons, tudo o mais fica melhor; é um círculo virtuoso”.

Luis percebeu isso na prática: pouco tempo depois de começar a trabalhar como ilustrador, descobriu o que estava faltando em sua vida. “Até então, nada parecia me satisfazer; foi ali, naquele emprego – que pagava muito menos do que aquele que meu tio tinha me oferecido, é lógico – que me encontrei”. Daí para o sucesso, a rota foi suave. Ele logo começou a pintar quadros, sem deixar o trabalho como ilustrador, mas aos poucos a pintura começou a ser sua vida.

Hoje, Luis é a prova de que tudo que é feito com amor dá certo. Ele já alcançou o sucesso com suas obras, tendo exposto em diversos países. “Meu lema é fazer o que gosto. Como não fico o tempo todo me obrigando a fazer coisas para deixar os outros felizes, quando surge uma obrigação, faço com alegria, ainda que não goste. O que fazemos sem alegria nos deixa doentes ou não dá certo”, acredita.

A psicóloga concorda. “É preciso acessar recursos positivos e ir na direção do que sonhamos. Como nem sempre conseguimos chegar a isso sozinhos, a terapia tem muito a oferecer”, considera. Luis é um adepto da terapia. “Ajudou muito na minha autoaceitação, autoconfiança, a parar de me cobrar tanto e encontrar o equilíbrio”, conta o artista plástico.

 

E o dinheiro?

É claro que é mais fácil ser feliz quando a profissão que amamos traz bons retornos financeiros. Mas, mesmo que isso não aconteça, é possível ser feliz – afinal, mesmo o dinheiro vai embora, e com algum cuidado e disciplina é possível viver confortavelmente mesmo com salários mais baixos.

Uma pesquisa realizada pela Catho Online entrevistou mais de 16 mil trabalhadores brasileiros e chegou à conclusão de que o sexo, o porte da empresa e o cargo ocupado também não influenciam o nível de felicidade do trabalhador. “Chegamos a um nível médio de satisfação de 6,9, numa escala de 1 a 10, e não percebemos grande diferença nos níveis hierárquicos”, afirmou Adriano Meirinho, diretor de marketing da Catho Online.

A preocupação com o dinheiro foi o que atrasou a busca de A.C., 32 anos. “Estava infeliz e queria muito procurar ajuda psicológica, mas tinha medo de esse dinheiro fazer falta. Hoje, sei que foi o melhor investimento que já fiz”, enfatiza. O problema de A.C. era a cobrança que ela mesma se impunha e os comportamentos negativos que se repetiam sem que ela percebesse. Depois que ela procurou terapia, as nuvens negras começaram a se dissipar.

“Esses padrões de comportamento me aprisionavam em um sistema de metas a serem cumpridas para ser feliz. Aos poucos Dra. Janice ensinou técnicas que foram varrendo certos pensamentos arraigados e crenças que eu alimentava, fazendo uma limpeza mental. Via que certas atitudes que eu tinha eram herança da minha bisavó, pelo que minha avó comentava… E eram crenças sem fundamento”, lembra ela.

 

Estímulo

O tempo todo estamos cercados de sons, imagens, informações; temos agendas lotadas, obrigações de trabalho, compromissos com a família, temos que fazer exercícios, comer bem, ir ao médico, visitar os amigos, estudar… ufa!

Hora de fazer uma pausa. Isso mesmo: pare a leitura. Pisque os olhos, deixe-os fechados por alguns segundos. Respire. Preste atenção na sua respiração. Relaxe os ombros. São apenas alguns momentos, mas eles serão só seus: momentos para relaxar. “Fazemos tantas coisas, temos tantas obrigações que não temos tempo para nós mesmos; é preciso desacelerar, recuperar esse contato com nossos pensamentos e sentimentos”, afirma Janice Ornieski.

O contato com nossos sentimentos, com o que verdadeiramente desejamos é o primeiro passo para a conquista de uma vida mais feliz. Porém, nem sempre conseguimos trabalhar sozinhos com nossos traumas e bloqueios, ou não temos condições de compreender tudo sem ajuda… e é aí que entra o psicoterapeuta. “É difícil romper alguns traumas, mas a psicoterapia, aliada a diversas outras técnicas podem ajudar a fazer uma ‘limpeza’ e o reprocessamento desses pensamentos negativos”, informa Janice.

A felicidade é possível para todos, sem dúvida; basta ter a coragem de buscá-la. Mesmo que seu desejo sempre tenha sido ser pintor e você acabou se tornando contador, não deixe que o medo de mudar paralise a sua vida. Compre as tintas e comece agora mesmo a pintar um futuro mais feliz.

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