Fisioterapia

Dor nas costas

Como a doença crônica mais comum entre os brasileiros afeta a saúde do trabalhador e das empresas

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A dor nas costas afeta quase 40% da população brasileira. É a doença crônica mais comum no país e, apesar de estar entre as patologias detectadas de forma mais precoce, costuma ser tratada tardiamente. Muito subestimada de início e agravada com a automedicação, a dor nas costas é também uma das principais causas para o afastamento do trabalho e o baixo rendimento profissional.

O fisioterapeuta Dr. Giuliano Martins, diretor do ITC Vertebral Curitiba (Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral) e da ABRColuna (Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna), alerta que a hérnia de disco, a protrusão de disco, a dor ciática e as lesões degenerativas da coluna vertebral já são taxadas como epidemias neste século. Além disso, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que as dores nas costas (lombalgia, hérnia de disco lombar e cervical, discopatia degenerativa) são a terceira maior causa de aposentadoria precoce e a segunda em licença no trabalho.

Os incômodos provenientes do problema de coluna começam com uma leve dor na cervical (região próxima ao pescoço) ou lombar (próxima à bacia), fase em que o problema costuma ser ignorado. “Porém, quando as pessoas não buscam um tratamento adequado logo de início, surgem patologias mais graves, como as hérnias de disco”, ressalta o fisioterapeuta.

Segundo ele, em casos assim, o colaborador se obriga a buscar o afastamento do trabalho para tratar da lesão, que já é bastante grave, e também por não conseguir mais levar uma vida normal e desenvolver suas atividades de rotina. “Por isso, toda empresa deve investir na prevenção desse problema”, diz Dr. Giuliano, ressaltando que muitas das lesões causadas na coluna costumam ocorrer devido ao sedentarismo e aos maus hábitos no próprio ambiente de trabalho, e poderiam ser evitadas com uma simples política de prevenção da empresa.

Como prevenir o problema

Serviços de assessoria em Ergonomia e Ginástica Laboral são uma boa opção para evitar transtornos. Dr. Giuliano explica que é muito menos dispendioso investir neste tipo de prevenção do que ter colaboradores com baixo rendimento, que faltam com frequência, se afastam do trabalho para tratar de lesão grave ou se aposentam por invalidez.

“O laudo ergonômico, ou análise ergonômica do trabalho, visam identificar agentes causadores de lesão como posto de trabalho fora dos padrões, má postura, mobiliário inadequado, e propor soluções. Elas podem ir desde a mudança do mobiliário ou sistema de trabalho, até implantação de pausas, rodízios, aulas de ginástica laboral e equipamentos para evitar lesões”, explica.

Se a empresa é pequena e não dispõe de muitos recursos, não tem problema. A ABR Coluna e muitas outra entidades possuem cartilhas explicativas e orientativas, cheias de dicas para amenizar o impacto.

Tratamento sem cirurgia

A boa notícia no caso da dor nas costas é que é possível tratar até mesmo os casos mais graves, como a hérnia, que prevalece em indivíduos entre 30 e 50 anos e pode levar a pessoa até o afastamento da vida social devido à intensidade da dor.

Hoje, vários são os avanços na saúde, desde as cirurgias minimamente invasivas até a colocação de próteses em joelhos, quadris e demais. Mas existem também tratamentos que curam até as hérnias de disco sem cirurgia – desde que o paciente esteja disposto a enfrentar uma mudança de hábitos.

Entre os tratamentos mais indicados está a RMA – Reconstrução Músculo-Articular da Coluna Vertebral. Desenvolvido no Brasil pelo Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), o método vem revolucionando a fisioterapia no país. Foi com ele que Luiz Henrique Costa Bonamin, publicitário de 35 anos, voltou a ter uma vida normal.

Luiz Henrique descobriu em 2005 que sofria de hérnia de disco. Com o passar do tempo, o problema foi piorando e as sessões de fisioterapia não aliviavam mais as dores. “Durante meses, dormi e acordei com dor intensa. Já havia decidido me submeter a uma cirurgia quando conheci a RMA. Mesmo não tendo terminado o tratamento ainda, que é de dois meses, as dores já passaram”, diz aliviado.

No caso do publicitário, um dos gatilhos para o problema foi passar horas numa mesma posição. “Às vezes, fico cerca de nove horas sentado em frente ao computador”. Ele confessa que ainda não está fazendo os alongamentos diários recomendados pelos profissionais do ITC, mas garante que tem cooperado para o rápido resultado do tratamento.

“A gente tem que fazer a nossa parte. Só assim passamos a ter uma melhora permanente. Além da RMA, comecei a fazer, por recomendação, o Pilates com acompanhamento fisioterapêutico. Tomo o máximo de cuidado com a postura, inclusive na hora de me agachar, levantar e sentar, como recomendado pela equipe”, garante Luiz Henrique.

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