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Novos recursos disponíveis para corrigir a visão, como cirurgias a laser e lentes intraoculares fazem o uso de óculos e lentes estarem com os dias contados

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Os óculos e suas lentes funcionais revolucionaram os tratamentos das doenças oftalmológicas. Ao longo do tempo, eles se tornaram leves, modernos, charmosos e ainda continuam sendo indicados por todos os oftalmologistas. Acontece que nem todo mundo gosta de depender do uso obrigatório desses acessórios para executar as tarefas diárias. De pequenos utilitários eles podem se transformar em “equipamentos monstruosos”, dependendo da pessoa. Por que, então, não acordar de manhã sem ter que procurar os óculos para enxergar o despertador? Ou poder dormir sem ter que limpar as lentes de contato?

 

Avanços da tecnologia

Com os progressos da oftalmologia, o desconforto do uso dos óculos e lentes está com os dias contados. São muitos os recursos disponíveis para corrigir a visão, como cirurgias a laser e lentes intraoculares (LIOS) que substituem o cristalino, corrigindo graus de miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia (vista cansada). Porém, a grande novidade são as lentes suplementares, que podem ser implantadas sobre as LIOS para corrigir resíduos de graus deixados na cirurgia de catarata, e também os novos modelos de lentes intraoculares para serem implantadas sobre a íris ou  sobre o cristalino, para corrigir graus elevados de miopia .

Uma avaliação minuciosa é que vai determinar a tecnologia a ser utilizada em cada caso. A cirurgia 100% a laser, chamada de femtosecond, ou femtosegundo, pode ser empregada em vários procedimentos diferentes, como na técnica de Lasik (para correção de miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia/vista cansada), implante do Anel de Ferrara (para tratamento de ceratocone) e transplantes de córnea. “Com o auxílio do laser de femtosecond, o procedimento é totalmente monitorado por computador. Isso garante mais segurança, previsibilidade e permite que o paciente tenha uma recuperação mais rápida”, explica Dr. Artur Schmitt, oftalmologista do Hospital Barigui de Oftalmologia, que realizou especialização em cirurgias refrativas no Bascom Palmer Eye Institute, da Universidade de Miami, considerado nos últimos onze anos o melhor hospital de oftalmologia dos Estados Unidos.

A advogada Michele Suckow Loss, de 32 anos, que usou lentes de contato durante 15 anos, eliminou 8 graus de miopia através do femtosecond. “A cirurgia não doeu e foi tão rápida que nem deu tempo de ter medo”, relata. O laser de femtosecond era a indicação mais segura e precisa para o sucesso do procedimento. Michele livrou-se das lentes de contato e dos óculos que a incomodavam durante dezenas de anos. “Minha vida está melhor em tudo. Não preciso mais me incomodar em tirar as lentes de contato. Já indiquei a cirurgia para duas amigas”, comemora.

Atualmente, as cirurgias refrativas para corrigir miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia (vista cansada), livram o paciente do uso dos óculos ou lentes de contato. A técnica de Lasik, que revolucionou a oftalmologia há décadas, utiliza a energia do excimer laser – um dos mais utilizados e seguros para a correção de erros refrativos. Trata-se de um procedimento indolor, no qual ocorre um micropolimento da córnea, diminuindo ou, literalmente, eliminando os graus de miopia, astigmatismo, hipermetropia e até da presbiopia.

“Com a tecnologia Intralase é possível evitar a utilização de lâminas que fazem o corte, inclusive quando usamos a técnica de Lasik. Assim, temos um procedimento 100% a laser”, reforça o oftalmologista do Hospital Barigui. O procedimento é indicado para pacientes adultos com graus estabilizados nos últimos 12 meses e que não possuam outros problemas oculares associados.

A cirurgia refrativa a laser é realizada com anestesia por meio de colírio anestésico, dura poucos segundos e não tem necessidade de internação, o que permite ao paciente retornar imediatamente as suas atividades normais. “Além disso, o resultado pós-cirúrgico melhora a qualidade de vida do paciente e eleva a sua autoestima”, salienta Dr. Artur.

No mesmo procedimento cirúrgico podem ser corrigidas algumas deformidades corneanas específicas, melhorando ainda mais a qualidade de visão, por exemplo, as imagens menos nítidas à noite, que não podem ser corrigidas com o uso de óculos ou lentes de contato. Utilizando a moderna tecnologia Wavefront é possível sanar essas imperfeições, personalizando a cirurgia para cada caso e obtendo, assim, resultados ainda melhores. Nos Estados Unidos, praticamente todas as cirurgias refrativas a laser utilizam a tecnologia Wavefront, que faz uma ‘impressão digital’ da visão de cada paciente. Isso permite o tratamento de aberrações ópticas individuais. “Em alguns estudos clínicos, 98% dos pacientes alcançaram, sem óculos, visão de 20/20 (visão perfeita) já nos primeiros dias após o laser,  e, muitas vezes, o indivíduo já está apto para retornar as suas atividades no primeiro dia após o procedimento”, ressalta Dr. Artur Schmitt.

 

Novas lentes intraoculares

As novas lentes Intraoculares são uma evolução na área oftalmológica e vêm solucionando graus remanescentes da cirurgia convencional de catarata em pacientes que desejam ficar livres dos óculos.

Em muitos casos, mesmo com a cirurgia de catarata, o grau não é totalmente corrigido, principalmente em pessoas que já passaram por cirurgias de miopia, hipermetropia, ou outras doenças na córnea. Antes das lentes suplementares, as correções dos defeitos de refração em pacientes já operados de catarata consistiam, basicamente, em remover a lente implantada trocando-a por outra mais adequada, ou ainda, realizar o procedimento de correção do grau diretamente na córnea. “Com esse avanço é possível adicionar uma nova lente para suprir os resquícios de graus que não foram corrigidos”, explica o oftalmologista Dr. Pedro Piccoli, diretor do Hospital Barigui de Oftalmologia.

Em pacientes muito míopes, que não têm catarata ou indicação para a cirurgia refrativa a laser, mas querem se ver livres dos óculos, é possível agora implantar novos modelos de lentes intraoculares sobre a íris sem a necessidade de retirar o cristalino, através de um procedimento rápido e seguro. “Nestes casos, essas novas lentes intraoculares funcionam juntamente com o cristalino, para ajudar a focalizar a luz e melhorar a visão de longe. Elas são implantadas na câmara anterior dos olhos. Depois de colocadas, melhoram a capacidade de focalização e ajudam a corrigir a miopia de alto grau. É como usar óculos ou lentes de contato em tempo integral, sem qualquer incômodo”, afirma Dr. Pedro.

Com 16 graus de miopia, o uso das lentes intraoculares foi a solução para a servidora pública Daniele Maschio, de 36 anos, que utilizava óculos e lentes de contato desde os seis anos. “Para preservar a minha córnea eu não podia usar lentes de contato o tempo todo e meus óculos eram muito pesados, além de não me darem boa visão periférica. Essa nova lente intraocular foi a melhor indicação para o meu caso”, conta a paciente, que realizou a cirurgia no Hospital Barigui de Oftalmologia com o Dr. Piccoli. A paciente revela que após o implante o transtorno de carregar os óculos para todo lugar acabou. “Vejo a vida com novas possibilidades, novos horizontes. Estou mais confiante, me sinto mais a vontade para fazer as coisas e isso fez uma grande diferença para mim”, comemora Daniele.

 

Entendendo o laser de Femtosecond Intralase

De acordo com Dr. Artur Schmitt, as vantagens da utilização do laser de femtosecond são muitas. “Nesse tipo de cirurgia o risco de complicações diminui, a qualidade visual no pós-operatório é maior e a cicatrização é muito mais rápida e resistente”, explica o médico. O novo laser utiliza um feixe de luz para causar um processo chamado de fotodisrrupção, que separa os tecidos sem transferência de calor ou impacto aos tecidos adjacentes. Neste processo há formação de bolhas de cavitação e o tecido no local é vaporizado. “Com o intralase (femtosecond) temos resultados mais rápidos, precisos e, consequentemente, mais seguros, não somente nas cirurgias refrativas, mas também no tratamento do ceratocone e transplantes de córnea”, conclui Dr. Artur.

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